segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Deserto


Eu vejo de longe,de muito longe,
Da fina linha que abraça o horizonte,
Vejo a vida presa em guerra santa,
E surge o sangue na areia,
O ar chora, escorre o grito, lentamente quase canta.
De repente chega a morte entre o Sol e a Lua cheia,

Chega ela calmamente, vem sorrindo em meio à guerra,
Ao passar com seu coturno, com as memórias se desfruta,
Em flashes fantasmagóricos, repete-as por entre o Caos:
Vão glórias, disputas,
Vitórias e lutas,
Escórias, escutas,
Insulta as memórias,
Nas solas, bitucas,
Não surgem desculpas,
É isso, é Ísis..

Oh Deus, dê-me a chance,
dê-me a dádiva de dormir,
e acordar, despertar, quando o Sol se pôr, partir..
Oh Senhor, Proteja a Casa e nos aponte a direção,
Oh Senhor, Proteja a Gaza, nos tire da contramão,
Abençoe cada corpo que se estende sobre o chão,
Cada alma abandonada que merece compaixão.
Abra a mente de todos que vem e se vão,
De todos que veem esse vão,
Entre a falsa Luz e a boa Escuridão.