quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Rio

Deus guarda o sonho de todos os brasileiros,
Chega-se a hora de apagar a luz dos quartos,
A hora chega. Não nos sonhos, mas nas ruas.
O suor escorre do rosto do soldado que treme frio,
Pensando na morte, sua ou de outrem,
O cidadão deitado, sonha, não pensa na morte,
Ronca um ruido rude,
sem preocupação.
Foi no Rio, tanta pressa,
Calmaria...
E o batalhão enegrecido se mexe.
E sobe,
Por cada beco.
Rua.
Esquina.      Sombras deslizantes,
Algumas almas antigas alertavam,
Causando mal estar no dorminhoco.
Dando-lhe a sensação de que não estava só.
Deu-lhe sede, mas sonhava bem, graças a Deus, que o guardara. Em sonho.
O tempo então parou. De repente. Lá em cima.
(O Rio lá de baixo nem se importava com ele, sequer sabia que existira alguém lá em cima. Seguia a todo vapor.)
Despertou, apavorado com algo que destruiu a porta da cozinha.
(...) Milícia! -Polícia!! ( Foi então a ultima coisa que pensou/ouviu o cidadão)
Desde então, um estranho estrondo. Flash. Disparo,
Apagou (Como em M.I.B) toda sua capacidade,
De pensar,
Com seu corpo;
E de sonhar
(Com ou sem guarda de Deus)
Com sua alma.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Erro

Vil,
Digno de tropeços como um ser,
Humano.
Aliás, tropeços estes causadores de progresso,
Entre a esquerda e a direita nos perdemos.
Rodamos. De volta. Centro.
Estou certo! Errado. Certo! Errado.
E o erro e acerto já são um só.
São sombra e lua eclíptica. Manteiga e pão de forma.
Meço o caule da coragem,
que se envergou diante de tal decisão
Fazer com que as coisas andem,
saiam do papel.
Um erro que escondia o mais lindo acerto.
Nada existiria sem o erro.
Erro. Palavra chave da evolução,
digna do comitê da evolução.
Às vezes penso que tudo isso é um grande show,
de Truman, um só flash. Acaba. Fim.
Ansioso demais à espera do trem, que
passa e ceifa.                                           Vidas.

domingo, 2 de novembro de 2014

Poema Vivo

Eu queria ver, no escuro do mundo
Um momento, um flash, um segundo
Um mundo onde o novo pudesse ser novo,

Seu Cristo riu, Rio
Riu de novo, riu do povo,
Riu do jogo, do logo estampado na cara,
na capa de cada jornal, revista
Na vista da nova classe média,
Na vida da nova idade média,
Na mídia da novidade social,
Riu de seus salários de nojo,
Riu  do compasso em seu estojo,
Fingindo ser um bote salva vidas.
De seus discursos longos,
Dos seus gongos e gongos.
Senhoras e senhores,
Tens aqui o início da partida,
em contrapartida, se inicia o fim da vida,
ardida, tida para cada menino e para cada menina
A morte viva e a vida severina.

Ascender

Venho e vou,
Pelos poros do Universo Deus
Dentre aqui presenciei muitas mudanças,
A briga é interna e gera confusão aos meus,
As conquistas chegam junto à esperança.

A beleza escultural, o cheiro do barro alegra,
A negrinha está de carro novo,
O camponês que se tornou doutor,
O país começa a rir por cima,
O empregado se tornou empregador,
E o mulato tá falando alemão!
A menina quis casar com a menina,
Tem ainda muita coisa em contramão
Muita coisa, porém já foi conseguida,
Muita gente diferente,
Que não tem respeito à vida
do próximo,
E eu aqui, nem sei porque
Nem sei por quem,
Voto.