quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Final

Quando começar o fim,  quando o dentro de nós fica frio,
E a terra nos aquece e abraça, e o escuro não se torna hostil,
Quando a diversão não tem graça, e só a solidão lhe agrada
Tudo em volta já nem fala mais
Tudo em volta parece tão perto
Tão incerto o à frente e o atrás.
Tudo tão gélido. E tão morto.
Já não há mais certo, nem torto.
Tudo tão parado,  ausência de vida em liquidação,
Não sinto meus pés, pulso, artéria, coração.
É debaixo da terra, bem no fundo do tempo,
Onde o relógio não anda e nada tem movimento
E a paz tão pedida, de que todo mundo  almeja,
É oferecida lá em baixo, aos montes, de bandeja.
E o homem amarelo, o qual chega de repente,
Com um olhar bem singelo, paralelo encanta a gente.
Diz assim: Vem.. Vem.
E venta.
Vem a chuva pra molhar e faz a terra umedecer
Não diga que estamos morrendo... Eu tenho tanta coisa pra fazer!
Por favor, não!
Quero morrer num dia bom,
Conhecer o Monte Belo, algumas lojas em Bourbon
Street.
Quero morrer num dia clean, num dia azul,
Se for morrer que seja na América do Sul.
Quero viver pra ter dinheiro,
Poder comprar um Corolla,
Comprar um tênis maneiro, que tenha brilho, que tenha mola.
Pra que serviu todo esforço, por que é que entrei na escola?
Será que nesse lugar que vou alguém vende Coca-Cola?
Quero viver pra ter dinheiro,
Comprar um prédio inteiro. Quero poder.
Quero poder, quero poder mandar,
Nem que pra isso você passe fome,
 Da fama eu quero provar.
Quero poder, quero sair.
Quero comprar uma mansão
Pra que os meus filhos se matem pra dividir.


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