quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Manual do Poeta


Poeta algum fica rico, pois não escreve o que mais vende,
Apenas põe seus sentimentos afora,
E aflora a mente,
De maneira que ignora
O que move toda gente.
Não significa que não existam poetas ricos,
Há quem veio ao mundo rico e se dispôs a escrever.
O rico apenas não consegue entender
A fome,
E o poeta tem fome.
De arte.
O seu foco é em outro canto,
Em que quase ninguém vê,
Sua crença é em outro santo,
Em que quase ninguém crê,
Não existem poetas Católicos, Apostólicos, Eólicos e coisas do tipo,
Existem poetas Melancólicos, Hiperbólicos, Alcoólicos, palhaços de circo,
Como mito me antecipo pra criar um novo ciclo,
Me equipo, pego o maçarico,
Ascendo a vida no papel,
Apago a luz, sento-me à varanda e devagar eu fito o céu.
A vida é mais bonita no escuro, na prisão sem muro.
O caOs ama a escuridão.
Então, Tranco-me no beco mais distante
Onde a vida não me acha.
Me escondo no semblante de quem não pensa nada.
Revigoro o pensamento em silêncio, atitude recriada.
Pois é no embate do Eu com o Eu - lírico
Que encontramos com Deus.

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